quinta-feira, 14 de maio de 2009

A profissão em pauta

A obrigatoriedade do diploma de jornalismo continua sendo um tema polêmico. O questionamento da qualidade da informação vem forte quando se põe em xeque a necessidade de preceitos éticos e morais de um assunto divulgado na mídia. Tal argumento, porém, é facilmente derrubado pela democratização da comunicação, já que, com o advento da internet, com seus inúmeros recursos, ferramentas e possibilidades, qualquer um pode se expressar da forma que quiser, sem que seja necessário um jornalista para publicar sua opinião ou ponto de vista. Em seu texto, Beth Costa, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (http://www.fenaj.org.br/diploma/interesse.htm vale a pena conferir!), diz que o jornalista, em certos casos, pode ser um fator restringente determinante: apesar de ter de ouvir todos os setores sociais, o profissional acaba pondo limites na hora de expressar o que sua fonte diz, seja por quantidade de informação, por edição, ou por tamanho.

Por ser o jornalista um grande formador de opinião da sociedade, a não obrigatoriedade do diploma põe em questão a validade social da informação – tem de haver dedicação ao fazer jornalismo. Ao escrever, então, uma pessoa tem de ter consciência de sua responsabilidade social, da ética e moral. Além disso, possibilita que os grandes donos da comunicação não sejam formados na área, e sim grandes empresários, que controlarão a consciência dos jornalistas, que por fim controlarão a consciência da sociedade.

Para ouvir o outro lado, entrevistamos um funcionário do jornal Folha de São Paulo, Luiz Antonio Borges Tedesco, de 48 anos. Redator há sete anos, Luiz Antonio é, na verdade, formado em zootecnia. Ele conta que, logo após se formar, trabalhou com crédito rural. Em seguida, fez pós-graduação na França, depois atuou com exportação. Também trabalhou num departamento da embaixada francesa que se dedica à divulgação da ciência e tecnologia francesas. Nesse departamento, já fazia algumas publicações e também traduções de artigos de jornais e revistas francesas especializadas em ciência e tecnologia. Foi para a Folha em 1990, onde ficou quase três anos (dois no Agrofolha e quase um em Ciência). Durante 5 anos, foi proprietário de um restaurante, tendo voltado para a Folha em 1998, primeiro na Folhapress e depois na Ilustrada. Desde 2001 está no Painel do Leitor.

Tedesco não considera importante o diploma de jornalista e nunca sofreu qualquer discriminação profissional por não tê-lo. Acha, inclusive, que futuramente haverá cada vez menos profissionais com diploma de jornalismo nas redações. E não acredita que a formação acadêmica na área seja um pressuposto básico para garantir a ética jornalística.

Aproveitamos e perguntamos também a Tedesco sobre o cargo de redator, já que, atualmente, nem todos os veículos têm redator -- a tendência é que o próprio repórter redija sua matéria. Para ele, esse é o fluxo natural da profissão. Entretanto, considera que a qualidade jornalística cai, sem dúvida.

Ao pedirmos a ele um conselho aos novos jornalistas, respondeu: "tem de ler muito, textos de qualidade (livros principalmente); jornalista tem de ter vocabulário''.

- Um site bom para dar uma olhada é o www.jornaldedebates.ig.com.br , que permite que qualquer um poste um texto argumentativo! Como não tem restrições quanto às postagens, encontra-se nele tanto textos interessantes e bem argumentados quanto textos vagos!


obs: estranhamente, não conseguimos achar vídeos que tratassem da desregulamentação do diploma de jornalismo.


Por Bianca Azzari e Carla Nastari.

Um comentário:

  1. Muito legal esse post.
    Tenho visto blogs que falam sobre o mesmo tema, porém com um único lado da história.
    Parabéns.

    Pessoalmente, acho que o jornalista não precisa ter um diploma para ser ético, responsável e claro em seus textos (ou em qualquer outra mídia).
    Aliás, sabemos que há "jornalistas" formados que não têm essas qualidades...
    Parabéns novamente.

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