No dia 24 de abril de 1984 foi realizado o último e maior comício contra a ditadura militar do Brasil. Todos protestavam a favor da emenda Dante de Oliveira, que previa a volta das eleições diretas para presidente. O plano foi rejeitado, faltaram 22 votos para que fosse consentida. O que se deve ressaltar, porém, é no que resultou a união da força popular, a principal responsável pela transição ditadura-democracia ter se tornado realidade.
Desde meados de 1970, com a crise do regime militar, vinha-se ensaiando uma transição “lenta, graduada e segura” (pelo menos era o que afirmavam os militares). Depois da morte do operário Manoel Fiel Filho e do jornalista Vladmir Herzog, porém, iniciaram-se movimentos de protestos em setores da Igreja católica, da sociedade civil organizada e de pessoas oposicionistas ao regime, indignados com a censura e as incontáveis mortes provocadas pelo governo, conhecido ali como ‘máquina de tortura’. A partir daí, uniram-se todas as condições para a eclosão do movimento das diretas já. No período de 25 de janeiro a 26 de abril foi a vez do povo tentar retomar as “rédeas do poder”, quando, depois de 20 anos de dura repressão, sem a mínima e qualquer tipo de liberdade, milhares de pessoas de todas as partes do Brasil se reuniam na esperança de tempos melhores.
O movimento ganhou cada vez mais força, refletindo nos resultados da oposição no congresso. Foram criados partidos como o PT, PDT, PMDB, PP e PDS, tendo participação de políticos que mais tarde tiveram grande destaque na política brasileira, como Fernando Henrique Cardoso, Mario Covas e Luis Inácio Lula da Silva.
Quando as discussões em torno da sucessão presidencial se acirraram, a mobilização popular já havia ganhado força para modificar a amplitude das discussões políticas. Mesmo com a derrota da emenda, a disputa pela força política já havia ganhado proporções imensas, o que resultou um ano depois na eleição de Tancredo Neves. O Brasil passava, enfim, para o lado da democracia, mesmo que de forma indireta, findando finalmente o duro período da ditadura militar.
Nós, jovens, não temos noção de como é viver numa ditadura e há quem diga que a democracia de fato nunca existiu, e o que mudou foi apenas a forma de controle, que ficou mais implícito. Existem, então, formas "mais leves" de controle, como a mídia, o poder da informação, que, de forma sutil, não nos deixa perceber o quanto estamos cercados por todos os lados. o jovem de hoje, por não ter vivido uma ditadura (e em alguns casos não conhecer muito a história do país) não percebe o quanto a democracia é tênue e não avalia o quão importante seria ele ser mais engajado politicamente. Você acha que, se o regime se tornasse uma ditadura, nós saberíamos nos organizar para tentar combatê-la? Comente!
http://int.limao.com.br/eldorado/audios!getPlayerAudio.action?destaque.idGuidSelect=17B739FE5D87402D85D2D451BBA48523 ouça no link a entrevista feita pela rádio Eldorado com Flamarion Maués, historiador e Renato Janine Ribeiro, professor-titular da cadeira de Ética da USP.
Por Bianca Azzari.
Olá galera !
ResponderExcluirMais uma vez estou aqui =]
Bem, dessa vez, atualizada nos posts (risos).
Na minha opinião, caso o regime se tornasse uma ditadura, não sei se saberíamos nos organizar para combatê-lo.
Por mais que seja difícil viver numa sociedade onde não há democracia, acho que as pessoas que se preocupariam em mudar essa situação seriam, de fato, um número limitado.
Lembrei-me, mais uma vez, da aula de filosofia da última sexta-feira. O quão realmente somos "treinados" para padrões que não necessitamos realmente seguir, segundo a professora Susi.
Não tenho uma opinião concreta para comentar sobre a pergunta que vocês nos deixaram, pois não sei se aprenderíamos a conviver sob o controle da ditadura ou então se nos importaríamos em nos organizar para defender nossos princípios.
Bela polêmica, pessoal! (risos)
Um beijo,
Thamires Bonaparte.
(Focas em Pauta)
Muito bom o post.
ResponderExcluiré engraçado comparar a liberdade que a gente luta agora pra conseguir e a liberdade que os cidadãos daquele tempo tanto desejavam. Pensando dessa forma, nossas causas parecem tão pequenas né? nossos problemas com a politica sao grandes, nossas crises muitas vezes sao assustadoras mas nada comparado a lutar contra uma ditadura e por eleiçoes diretas (que agora parece ser um dos direitos básicos de qualquer cidadao).
beijo,
Amanda Caroni
http://rascunhado.wordpress.com/