Clayton Netz é um veterano jornalista, com mais de 40 anos na área. Entre outros cargos, foi diretor de redação da revista Exame. Hoje atua como editor e consultor de comunicação em sua própria empresa, a Barravento Editorial.
Qual o papel da imprensa frente à sociedade?
Clayton - Deve ser o de informar a população em relação aos principais acontecimentos do seu dia a dia, fiscalizar os governos, sem distinção partidária, abrir suas páginas para as diversas correntes de opinião. Ela deve ser a um só tempo um espelho do que acontece no país, no Estado, na cidade, bem como um canal para a transmissão das novas idéias, tendências.
O que você acha sobre a questão da manipulação de idéias da mídia sobre a população? Os grandes veículos de comunicação do Brasil manipulam as notícias?
Clayton - Infelizmente, sim. Não temos, como em alguns países, como os Estados Unidos, uma imprensa independente e imparcial ( lá também há muitos veículos parciais e dependentes), como a praticada pelo New York Times. No NYT, a opinião do jornal e da empresa que o controlam são confinados às páginas editoriais. O noticiário procura ser o mais isento possível.
Não é isso o que se vê no país. Basta acompanhar a tendenciosidade de veículos como a Veja e a Folha de S. Paulo, ou a rede Globo. Sobretudo em relação ao governo Lula, aos movimentos sociais etc.
Quais as vantagens e desvantagens de trabalhar com notícias oficiosas? Você acha que elas trazem maior liberdade para a fonte?
Clayton - Sem dúvida, as fontes costumam ficar muito mais à vontade quando protegidas pelo off, já que podem falar o que bem entenderem sem ser cobradas.
Todo jornalista costuma trabalhar com informações em off. Mas é preciso ter cuidado, conhecer a fonte, sua credibilidade, antecedentes etc, checar se suas informações são procedentes. Não pode ir aceitando o off sem mais nem menos, sem uma visão crítica, pois é comum a manipulação: algumas fontes usam a proteção do off em interesse pessoal.
Em que medida o desenvolvimento da tecnologia pode contribuir para a liberdade de imprensa?
Clayton - O avanço da internet, sem dúvida, é um poderoso instrumento para a liberdade de imprensa. Ela permite que jornalistas ou simples cidadãos possam divulgar noticias e opinião para milhares de pessoas, à margem do controle exercido pelos grandes veículos de comunicação. Os blogs e sites da web ainda não tem a credibilidade e a repercussão da grande mídia, mas isso é questão de tempo.
Dentro da imprensa, qual área mais difícil de se atuar, quando se toma como parâmetro a política? Por quê?
Clayton - Não sei se há áreas fáceis ou áreas difíceis. Creio que fazer um bom jornalismo exige uma preparação igual para todos em todas as áreas; seja para cobrir esportes, literatura, seja para entretenimento, política ou economia. Evidentemente, que algumas pessoas se dão bem melhor no jornalismo esportivo do que no econômico. Mas para se destacar é preciso aprofundar-se, estudar e conhecer a área que vai cobrir.
Que cuidados um jornalista deve ter na apuração e edição de uma matéria para que ela seja relevante para os seus leitores?
Clayton - Ele dever ter o mais claro possível o que pretende com a matéria. Preparar-se, lendo material de apoio, informando-se sobre o tema/personagem da matéria. Ser sempre cético, não ser crédulo, não acreditar em tudo o que o entrevistado diz. Checar as informações recebidas, cotejá-las com outras fontes. E publicar o essencial do apurado, num texto elegante e agradável.
Por Bianca Azzari
terça-feira, 31 de março de 2009
segunda-feira, 30 de março de 2009
"Expressão em um salto"
Antes mesmo da fala, o homem sempre sentiu a necessidade de expressar aquilo que aprendia e vivia: pinturas no interior de cavernas mostrando o seu dia a dia, na tentativa de narrar suas experiências. Pela necessidade de facilitar sua comunicação, o homem começou a praticar a fala e então dessa para a escrita foi um passo: uma decorreu da outra, o registro das vivências era de suma importância naquele momento, então cada povo começa a criar seu próprio meio de comunicação, os egípcios os faziam em papiros, já os chineses foram responsáveis por inventar o papel. A partir deste momento tudo que se passava era escrito.
Quando Johannes Guttemberg criou a prensa, tudo foi facilitado: surge um meio comum para a divulgação e criação de novas idéias.Essa liberdade, porém, foi trazendo certos problemas, que logo seriam resolvidos pela Igreja, que, como coordenadora principal do Estado, começa a se sentir ameaçada quando surgem idéias como o Iluminismo, que veio para defender o domínio da razão dentro de uma visão teocêntrica, criando uma série de leis colocando à mostra um tipo de explicação aos fenômenos naturais independente das concepções de fundo religioso , e a Reforma Protestante, um movimento reformista cristão que, através da publicação de suas 95 teses, protestou contra diversos pontos da doutrina da Igreja Católica.
O mais interessante era o pensamento que se colocava: indo contra todo tipo de ideia imposta pela Igreja, o ideal posto em prática era a defesa do pensamento racional, pondo o homem como centro das coisas, como substituição das crenças religiosas e misticismos que, segundo tais ideais, acabavam bloqueando a evolução do homem. Surge então uma das primeiras formas de censura, repressão, manipulação de idéias: a Igreja se impõe sobre publicações contra sua vontade, realizando movimentos absolutistas como a Inquisição.
Quando Johannes Guttemberg criou a prensa, tudo foi facilitado: surge um meio comum para a divulgação e criação de novas idéias.Essa liberdade, porém, foi trazendo certos problemas, que logo seriam resolvidos pela Igreja, que, como coordenadora principal do Estado, começa a se sentir ameaçada quando surgem idéias como o Iluminismo, que veio para defender o domínio da razão dentro de uma visão teocêntrica, criando uma série de leis colocando à mostra um tipo de explicação aos fenômenos naturais independente das concepções de fundo religioso , e a Reforma Protestante, um movimento reformista cristão que, através da publicação de suas 95 teses, protestou contra diversos pontos da doutrina da Igreja Católica.
O mais interessante era o pensamento que se colocava: indo contra todo tipo de ideia imposta pela Igreja, o ideal posto em prática era a defesa do pensamento racional, pondo o homem como centro das coisas, como substituição das crenças religiosas e misticismos que, segundo tais ideais, acabavam bloqueando a evolução do homem. Surge então uma das primeiras formas de censura, repressão, manipulação de idéias: a Igreja se impõe sobre publicações contra sua vontade, realizando movimentos absolutistas como a Inquisição.
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- rai.mundo!
- Rai.Mundo? A forma como a imprensa influênciou todo o histórico da sociedade, pode e deve ser considerada como um despertar no mundo. Daí a idéia de dar 'oi' ao mundo. Nosso intuito é mostrar o que muitas vezes não vemos ou lemos em quaisquer meio de comunicação. Nós, como estudantes de jornalismo, vamos estudar, relacionar e debater sobre a influência da imprensa em diversas áreas, tanto quando usada a favor de algum assunto, como contra. Abordaremos também a questão da censura nas suas mais variadas formas. O questionamento de imprensa livre será colocada em pauta por meio de entrevistas e reportagens. E para não cairmos em contradição, e censurar nosso próprio público, nos ajude a desenvolver nosso Blog, nos mandando e-mails de críticas, sugestões, elogios. Entre sem bater, fique à vontade!